Imagem: Arquivo Pessoal
Para começar, Anthony Caio Almeida Silva sofreu preconceito desde o momento em que começou a fazer balé, aos sete anos, e teve que mudar de escola três vezes em Praia Grande (SP).
Agora, aos dezesseis anos, ele comemora uma grande conquista: uma bolsa integral para o conceituado Miami City Ballet, nos Estados Unidos.
No final do mês de junho de 2024, Anthony pegará um avião para Miami para estudar flamenco, jazz, balé clássico e dança moderna.
Dentre várias ofertas estrangeiras, ele optou pelo Miami City Ballet porque paga tudo: passagens, hospedagem, alimentação, uniforme, visto e auxílio financeiro. “Vou com muita expectativa”, acrescentou Anthony, feliz por ter recebido a bolsa que tão poucos brasileiros têm.
Aos sete anos, Anthony se interessou pelas aulas extracurriculares de balé clássico na escola, que só oferecia futsal para meninos.
A dança tornou-se a sua paixão depois de descobrir o apoio no Centro de Apoio à Família (Café) Educando, na Praia Grande. Integrou uma companhia de dança contemporânea de sapateado-jazz-hip-hop que venceu concursos nacionais e internacionais.
Anthony teve três mudanças de escola por causa do racismo. “Os meninos não o viam como artista; viam-no como homossexual”, disse sua mãe, Andréia Silva Guedes. O respeito veio da exposição midiática, e sua narrativa foi transformada no livro infantil “Meninos não dançam balé”.
A companhia de dança ajudará Anthony a aprender inglês, embora ele ainda não o fale. Andréia diz que pode ficar em Miami e, caso seja contratado, começar a trabalhar na empresa profissional aos dezoito anos.
Embora o filho esteja longe, Andréia se orgulha de vê-lo fazer sucesso no exterior. Ela troca férias e viagens para ajudar Anthony, destacando sua amizade e comprometimento com seu trabalho. “É uma mistura de felicidade e saudade”, comentou ela, feliz com o foco e a determinação do filho.
Fonte: g1
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